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Contos de Botequim (01)

Publicado em 22 de junho de 2023 por Antonio

Quem não se lembra dos tradicionais botequins provincianos que ainda persistem em alguns rincões deste país? Falo daquele típico boteco com balcão de madeira coberto por granilite imitando mármore, estufas para salgadinhos, prateleiras repletas de garrafas que jamais eram abertas e outros quesitos que ainda hoje residem em nossas memórias resistindo bravamente aos avanços do mundo moderno, onde tantas histórias foram contadas ou ainda presenciadas; sim tenho certeza de que todos se lembram, razão pela qual busquei na memória algumas histórias que escreverei a seguir, narrando tanto em primeira como em terceira pessoa …

Josué era o típico macho alfa metido a besta sempre alardeando que traçava todas as fêmeas que lhe dessem mole, jamais perdoando até mesmo alguma bichona que estivesse a fim de conhecer sua jeba; e quando lhe perguntavam sobre seu relacionamento afetivo e carnal com Neiva, sua mulher a resposta era reta e grosseira.

-Pra falar da minha patroa, tem que lavar a boca com sabão! – dizia ele com tom agressivo – ela cuida da casa e faz o que eu mando …, de vez em quando compareço e dou o que ela merece!

Abel, o dono do boteco não continha um risinho irônico disfarçado fazendo troça das baboseiras que o cliente dizia enquanto trazia na memória a imagem de Neiva. E pensar que o acontecido já perdera-se nas brumas do tempo. Aconteceu quando Josué foi obrigado a ausentar-se em viagem de trabalho deixando sua esposa sozinha em casa, algo que a deixou muito entristecida, pois desconfiava que o tal “trabalho” se tratasse de mais uma vagabunda aventureira que ele cobiçava.

Desalentada ela retornava da mercearia e ao passar pelo boteco de Abel entrou pedindo por um copo com água; prontamente o comerciante atendeu ao pedido sugerindo um café e convidando-a para que sentar-se à uma das mesas do modesto salão; como não havia mais ninguém para importunar, Abel veio ter com ela e notando seu ar angustiado não se conteve em oferecer apoio como ouvinte e confidente.

-Ah, seu Abel! O meu marido não presta! – disse ela com tom de desabafo contendo o choro iminente – está sempre às voltas com alguma vagabunda oferecida!

-Calma, dona Neiva – interpelou Abel com tom apaziguador – homem é assim mesmo! Não sabe o quanto é bom ter uma família …, uma mulherzinha sempre pronta para ter com ele noites inesquecíveis e creio que nesse quesito, o Josué não dá chabu, não é mesmo?

-Até parece, seu Abel! – resmungou ela com tom sarcástico – o canalha não comparece na cama comigo faz muito tempo!

Abel não conteve a expressão pasma ante a afirmação de Neiva, imaginando como o marido podia ser tão idiota de abandonar uma fêmea como aquela sem lhe dar o que merece; Neiva era uma morena de corpo escultural e formas generosas, com mamas fartas, nádegas polpudas e rebolantes ostentando uma longa cabeleira negra e encaracolada, dona de um rosto belíssimo com suculentos lábios grossos e olhar inquietante, conjunto esse que leva qualquer macho à beira da loucura casada com um homem que a deixa de escanteio procurando por outras na rua era algo que ele não era capaz de compreender.

-Então, dona Neiva, me permita perguntar – indagou o comerciante com tom moderado – porque a senhora não lhe dá o troco?

-Como assim, seu Abel? – redarguiu ela com espanto – O senhor diz, por-lhe chifres? Sou mulher honesta!

-Disso não duvido! – retomou Abel ainda enfático – mulher honesta, mas infeliz! Ao lado de um sujeito que não a merece!

-Me desculpe, seu Abel, mas essa conversa tá tomando um rumo que não me agrada …, então, passar bem! – arrematou ela pondo-se em pé e saindo do estabelecimento deixando para trás um homem inconformado com tanto desperdício. Algumas semanas depois, quando o assunto já fora mentalmente sepultado, lá vem dona Neiva com um jeito açodado e irritadiço. “Seu Abel! O senhor não vai acreditar no que me aconteceu! Estou a beira de uma crise nervosa!”, alardeou ela assim que entrou no botequim.

Os poucos clientes presentes trataram de pagar suas contas escafedendo-se do recinto sem olharem para trás; Abel segurou Neiva pelo braço oferecendo-lhe uma cadeira para sentar enquanto rodeava o balcão anunciando que lhe serviria um café. “Café não! Me traga algo mais forte! O que o senhor achar melhor!”, pediu ela ainda exaltada. Abel então serviu-lhe um cálice de Vinho do Porto, um iguaria destinada somente a pessoas especiais como ela; para sua surpresa Neiva emborcou o cálice em um único gole, pedindo por mais uma dose.

-Uma das vadias que o Josué arrebanha quando está fora veio até a minha casa! – gritou ela com voz embargada – Como pode isso? Na minha própria casa! Ela veio procurando por ele sem mais, nem menos! Ai! Que raiva!

-Fique calma dona Neiva, pois toda essa irritação não fez bem – comentou Abel com tom conciliador – E o que ela queria com ele …, ou com a senhora?

-Veio me dizer que foi embuchada pelo meu marido! – respondeu ela alarmada – Queria me avisar da prenhes com a maior desfaçatez! E o canalha nem está em casa …

-Já sei, viajando, não é? – inquiriu Abel interrompendo sua interlocutora – lamento muito saber que a senhora passou tal vergonha na frente de sua casa …, mas me perdoe …, descarado é seu marido!

Nesse momento, Neiva não conseguiu mais se conter debulhando-se em copioso pranto lamentando sua sina. Depois de servir-lhe mais uma dose de vinho, Abel tentou consolá-la, enfatizando que enquanto ela continuasse ao lado de Josué sua vida seria apenas sofrimento e vergonha. “Mas o que o senhor quer que eu faça? Ele me sustenta e sustenta a casa! Nesse quesito, Josué não me falta! Não posso jogar meu casamento pro alto assim!”, comentou ela entre soluços e mais lágrimas.

-Eu entendo isso, dona Neiva, mas então o que resta é aquilo que lhe disse de outra feita – sustentou o comerciante enfático – meta-lhe uma galhada e seja feliz a sua maneira!

-Talvez o senhor esteja certo – devolveu ela engolindo as lágrimas e mirando o rosto de Abel – preciso pensar bem sobre essa sugestão …, agora que estou mais calma preciso ir …, muito obrigado pela compreensão e aconselhamento …, o senhor é um homem bom!

Uma nova despedida e uma nova frustração para o comerciante que nutria um desejo oculto de ser o escolhido de Neiva para meter cornos no marido adúltero; mais uma vez, Abel deu de ombros abandonando a possibilidade e cuidando de seus afazeres. Todavia, dias depois, algo aconteceu que mudou radicalmente o rumo dos acontecimentos; passava um pouco das seis da tarde quando um moleque conhecido nos arredores por Tico irrompeu no boteco a procura do proprietário; contou-lhe que tinha um recado para ele estendendo a mão com o bilhete. “Seu Abel, estou pensando no que o senhor disse e preciso que venha ao meu encontro ainda hoje. Mas precisa ser bem tarde da noite. Vou deixar o portão aberto e a porta da cozinha destrancada. Neiva”, dizia o escrito que deixou Abel boquiaberto e aturdido.

Imediatamente, Abel foi até o baleiro giratório sacando algumas balas e um pirulito entregando-os a Tico que abriu largo sorriso em agradecimento ao mesmo tempo em que deu as costas e sumiu sem deixar vestígios; exultante e também atabalhoado, Abel guardou o bilhete procurando retomar sua rotina sem tirar os olhos do relógio de bolso que fora presente de seu falecido pai contando os minutos para o ansiado encontro. Encerrou as atividades por volta das onze horas da noite e correu para banhar-se vestindo algo confortável pondo-se a caminho para o encontro com Neiva. Esgueirando-se entre as sombras das árvores que margeavam a calçada, ele seguiu até a casa dela e assim que empurrou o portão constatou que este estava aberto.

Avançou pelo corredor lateral alcançando os fundos da residência até encontrar a porta da cozinha que não estava trancada; embora a luz do ambiente estivesse apagada, Abel viu um rastro luminoso que se derramava ao longo de um corredor que ele tomou seguindo em frente; ao final uma porta entreaberta mostrava-lhe o seu destino; empurrou-a com cuidado vislumbrando Neiva nua languidamente deitada em sua cama olhando para ele. Abel tomou um choque que o deixou paralisado ante a beleza alucinante daquela mulher nua deitada olhando para ele com uma expressão ansiosa exibindo um sorriso encabulado que a deixava ainda mais bela.

-Sei que não sou nenhuma beldade, mas espero te agradar – disse ela com tom suave e quase melodioso enquanto estendia seus braços na direção dele – tire sua roupa e venha deitar-se comigo para me fazer tua fêmea!

Abel emergiu do estupor que tomara conta de si e com gestos tensos e atrapalhados despiu-se avançando em direção à cama atirando-se nos braços de Neiva o enlaçou com sua boca ávida a procura da dele encerrando um primeiro beijo longo, profundo e luxurioso; ao primeiro outros vieram ao mesmo tempo em que Abel não perdia tempo em realizar uma exploração táctil das formas exuberantes de sua parceira prendendo-se a cada mínimo detalhe cuja beleza estética permaneceria para sempre em seu corpo e em sua mente. Ficou extasiado ao ouvir os gemidos de Neiva no momento em que ele tocou suas mamas apertando-as delicadamente repetindo o gesto com os mamilos intumescidos, reação que denunciava o grau de excitação que aquela carícia provocava.

Desceu sua boca até encontrar os biquinhos passando a lambê-los e em seguida chupá-los com desmedido carinho e esmero usufruindo dos gemidos e carícias que recebia em troca; ainda mais surpreendente foi o êxito em provocar o primeiro orgasmo de sua parceira apenas saboreando seus mamilos descobrindo estar diante de uma mulher que homem algum preocupara-se em dar seu merecido prazer. E as descobertas foram se sucedendo em uma deliciosa e divertida onda de descobertas que faziam Abel sentir-se pleno de satisfação em compartilhar tais momentos com Neiva.

-O que você vai fazer? – perguntou ela quando Abel lhe pediu que abrisse as pernas exibindo sua gruta coberta por fina camada de pelos pubianos.

-Vou me apetecer do sabor da tua outra boca! – respondeu ele já tomando posição entre as pernas de sua parceira cujo olhar era uma mescla de anseio e receio.

-Você não tem nojo? De me chupar? – perguntou Neiva ainda incrédula no que estava por vir.

-Não há coisa mais doce que tua bucetinha! – ele respondeu pouco antes de mergulhar seu rosto entre as pernas de Neiva conduzindo sua boca ao encontro da gruta que encontrou quente e úmida, iniciando longas linguadas de baixo para cima e depois retornando.

E já nas primeiras linguadas por toda a região, Abel deliciou-se com o gritinho abafado de Neiva desfrutando de um primeiro gozo tão veemente que fez todo seu corpo tremelicar, estimulando Abel a prosseguir; no momento em que ele se dedicou a lamber o clítoris e logo depois prendê-lo entre os lábios a resultante foi uma sucessão de orgasmos que vertiam da vulva em direção à sua boca inundando-a com aquele enlouquecedor sabor agridoce. Neiva viu-se açodada pela ondas de prazer que faziam seu corpo vibrar e confessou que jamais um homem a fizera ter tanto prazer.

Passado um bom tempo, Abel sugeriu uma outra posição que imediatamente foi aceita por sua parceira com ele deitando-se sobre a cama pedindo que ela viesse sobre si com sua vulva ao alcance de sua boca ao mesmo tempo em que sua parceira teria a piroca diante de seu rosto. “Hummm, que pinguelo mais lindo! Posso chupá-lo? Josué nunca deixou que eu fizesse isso!”, pediu ela com tom insinuante e ansioso. Abel respondeu que naquela noite ela podia fazer tudo que tivesse vontade e foi assim que o casal usufruiu de um meia nove suculento que acabou por libertar Neiva de eventuais amarras preconceituosas.

Com a madrugada avançando alheia ao que acontecia naquele quarto, Neiva e Abel embebedaram-se de luxurioso prazer esquecendo-se de tudo à sua volta, até o momento em que ela se pôs de quatro sobre a cama exibindo seu traseiro deslumbrante aos olhos sempre cobiçosos do parceiro. “Vem me fuder! Me fode como uma cadela que sou! Tua cadela!”, pediu ela em tom de súplica olhando para Abel por cima do ombro com uma expressão lasciva. O sujeito posicionou-se atrás de sua parceira e depois de acariciar aquelas nádegas roliças e exuberantes tomou sua pistola na mão pincelando a gruta deixando Neiva alucinada aos gritos implorando que ele a penetrasse; imediatamente Abel projetou sua pélvis para frente fincando a vara bem fundo na gruta de sua parceira que soltou um longo gemido cheio de cio esperando pelo embate com seu macho.

Neiva tornou-se ainda mais exaltada quando Abel puxou seus cabelos usando-os como rédeas para domar sua potranca safada. Ela gritava alegando que aquele gesto era deliciosamente delirante incitando o parceiro e intensificar o quanto pudesse seus movimentos de penetração profunda, o que ele obedeceu com prazer usufruindo dos gemidos e gritos que anunciavam a chegada de novos orgasmos sacudindo seus corpos em insano movimento. O suor prorrompia em seus poros, suas respirações mostravam-se quase ofegantes e seus corpos já davam sinais de exaurimento quando Neiva fez um derradeiro pedido. “Goza, meu acho! Goza dentro de mim! Enche minha buceta de porra! …, me dá um filho!”, gritou ela com tom alucinado impactando seu parceiro de tal maneira que ele valeu-se de um último fio de energia acelerando seus golpes até atingir seu ápice, ejaculando vigorosamente inundando as entranhas de sua parceira.

Os primeiros raios de sol da manhã seguinte encontraram uma mulher nua sobre a cama, sozinha e sorridente experimentando a doce sensação de um desfrute inesquecível; Abel fora embora um pouco antes para não causar problemas para ela, e ao abrir o botequim antes do horário convencional procurava ocultar seu semblante exultante. Sacado de suas memórias pelo chamado de alguém voltou ao trabalho quando viu passar pela porta do estabelecimento dona Neiva que trazia pela mão um gurizote sorridente e saltitante.

Neiva olhou de soslaio ensaiando um sorrisinho radiante dizendo algo para o menino que de pronto encarou o dono do boteco acenando para ele. “Quem diria que aquele jegue do Josué teria um rebento tão vistoso e sempre sorridente, não é mesmo?”, comentou um dos fregueses encostado no balcão. Abel segurou uma gargalhada aquiescendo com o comentário do cliente ao mesmo tempo em que pensava como a vida pode ser irônica. “Mas ao que parece ele não puxou o pai!”, arrematou o comerciante feliz da vida com sua realização.

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